segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Raphaela

- Que porra você vai fazer na Romênia?

Já me acostumei com essa pergunta. Em qualquer buraco que eu parava e explicava que estava fazendo um mochilão inicialmente para depois ir para um intercâmbio, todo mundo questionava o destino final.

O estranho foi o guarda da imigração do aeroporto de Bucareste me perguntar a mesma coisa...

A minha primeira parada no país em que vou ficar pelas próximas 7 ou 8 semanas foi na capital, num albergue um pouquinho diferente dos que achei no caminho, mas também bem confortável.

Bucareste é uma cidade muito interessante. A primeira impressão que tive é que cidade é meio vazia. Sempre que andava pelas ruas, não via muita gente. É bem provável que isso se devesse ao fato de eu ser um completo desocupado e nas horas em que eu passeava as pessoas normais estavam trabalhando. Ou não.

A melhor parte, acho que em todas as cidades foi assim, foi numa bela manhã encontrar uma brasileira no albergue e não o americano esquisito que sempre comentava de como o café estava frio.

Eu, Raphaela e seu amigo espanhol Jordi saímos para conhecer a cidade. Basicamente pegamos o mapa do free tour que tem lá e tentamos seguí-lo. Vimos o parlamento, igrejas, casas abandonadas, lojas, tomamos um chocolate quente horrível, rimos, conversamos e, obviamente participamos dos protestos na cidade.





Cheguei no país num momento um tanto especial.  
As pessoas estão protestando em várias cidades, pedindo o impeachment do presidente. Pelo que eu entendi começou com a crise mundial, que fez com que ele quisesse privatizar o sistema de saúde, sobretudo a parte das ambulâncias, que todo mundo gosta muito. 

Até vi na televisão algumas coisas, mas achei um certo exagero. Será que passou alguma coisa no Jornal Nacional? 

Não são protestos violentos. Na verdade, basicamente consiste em senhores e senhoras de idade, que em vez de se reunirem para jogar dominó, tomar chá ou ir pra igreja, vão para algum ponto importante da cidade com cartazes e ficam gritando por uma meia horinha "Caia, Basescu" e depois vão pra casa cuidar dos seus afazeres.


A parte mais engraçada foi quando eu estava na Piata Universitati, no centro de tudo, gravando um video sem grandes pretensões e uma tia apareceu procurando conversa. Pedi para ela explicar a situação e ela o fez. Em romeno. E quando disse que não entendia porra nenhuma, ela virou para a brasileira do meu lado e mandou ela traduzir. Como se ela soubesse. O pior é que eu não me aguentei e enquanto ela gentilmente explicava a sua revolta, eu me acabava de rir atrás da câmera...




sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Larissa

Realmente há um motivo para Paris ser o sonho de consumo de muita gente. A cidade dispensa adjetivos de tão bonita que é. Tem museus, arcos, torres, pirâmides, avenidas largas, igrejas, parques, roda gigantes e tudo mais que um turista abestalhado pode encontrar para tirar fotos.


Mas aí é que está. Pelo menos para mim. Paris me encantou com seus monumentos turísticos, mas se eu tinha alguma vontade de algum dia morar lá, acabou. 


Atrevo-me até a fazer algumas comparações com Salvador.


Realmente é difícil ter algo a ser comparado com o Louvre. Acho que dá pra preencher uma vida inteira passeando ali dentro. Mas Salvador não é assim tão fraca de museus. O pessoal tem e não aproveita. O MAM, por exemplo, além de tudo tem show de jazz e maconheiros.


A Grand Roue não chega a ser a coisa mais fantástica do mundo. Nada que um domingo no Golden Park não possa substituir.



Sim, eles tem a Torre Eiffel. Mas por muito tempo ela só foi um enfeite. Hoje até serve para comunicações, mas bom mesmo é o Elevador Lacerda, que apesar de viver quebrado, pelo menos cobra 25 centavos pra subir e descer e não 10 euros.

A Sacré-Coeur é uma das coisas mais bonitas. A vista é estonteante, nas escadarias tem artistas de rua e na igreja tem uma pintura de Jesus que balançou os braços pra mim. Mas Salvador não fica muito atrás. Temos as escadarias da Igreja do Paço, onde Gerônimo se apresenta sem ficar enchendo o saco pedindo moedinha. Temos a Ponta do Humaitá também com uma vista maravilhosa. E igreja boa mesmo é a de Salvador que distribui acarajé no lugar de hóstia.



Eles tem Montmatre, o Moulin Rouge, as sex shops e o café onde Amélie Poulain trabalhou. Mas quem precisa de sex shops quando se tem as boas e velhas meninas do sereno que povoam a Pituba?

Enfim... os defensores do bom gosto podem até achar as comparações esdrúxulas, mas a questão é que não há necessidade de endeusar Paris como se tudo fosse glamour. A cidade não é perfeita, assim como Salvador. O Arco do Triunfo é magnífico, mas acidentes de trânsito acontecem lá por segundo; a comida não traz orgasmos de sabor e é muito cara; o metrô é cheio e velho (apesar de estar em boas condições) e engana-se quem pensa que vai encontrar um desfile de modelos pelas ruas. Gente feia habita em todo lugar.

Só para ter uma ideia, olha a fila da Torre Eiffel:





quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Agatha

Uma das primeiras coisas que se aprende durante um mochilão é que seu corpo é transformado num imã de enrascadas.


Você observa uma situação. Ela exala uma aura de que não vai terminar bem. Praticamente existe uma placa enorme avisando para não ir e todo mundo fala que é uma grande maluquice, mas não adianta. A vontade de se jogar é maior.


No meu caso, uma das maiores enrascadas que me meti foi a festa no metrô de Paris. Acho que eles chamam de  Apéro-Métro. Não sei bem e agora perdi toda e qualquer vontade de procurar saber.


Recebi o convite do evento no Facebook e juntou a falta do que fazer, o baixo custo, a vontade de conhecer a noite da Cidade Luz e mais o fascínio pelo non-sense e resolvi ir pra esse flashmob.


E ainda tinha companhia. Primeiro de David que conheci em Praga e de uma paulista que estava no hostel e me ouviu conversar sobre a festa e se interessou, Agatha.


A ideia basicamente consistia em juntar um grupo numa estação qualquer e todo mundo sair rodando e terminar num bar de Montmatre. Eles mesmos disseram que caso alguém perdesse o primeiro encontro era melhor seguir direto pro destino final, em virtude de ser uma festa móvel.


Óbvia e coincidentemente, sem planejamento algum eu e Agatha pegamos justamente o metrô onde a festa estava acontecendo.




(O combinado era que todo mundo fosse de branco com algum detalhe vermelho. Só o brother forever alone seguiu.)

Ver um negócio desses faz você entender porque inventaram coisas como casas para se fazer uma festa e não vagões em movimento.


Já cheguei lá com a parte do metrô quase acabada, porque eram só duas estações para chegar no tal bar. A galera já estava bêbada, já tinha vômito no chão, o vagão fedia a álcool e tudo mais que tem direito num fim de festa baixo-astral. E tudo isso sem música e com o povo em pé. Do meu lado ainda tinha um barbudo morto de bêbado que insistentemente paquerava uma mulher sentada que entrou ali sem grandes desejos além de chegar em casa tranquilamente e se deparou com uma sucursal do inferno. Ela resmungava baixinho, provavelmente uma prece.





Depois todo mundo saiu para a rua dos sex shops de Montmatre, subiram nos postes, gritaram o nome da festa, beberam mais e correram em direção ao bar na hora que o carro da polícia passou.


Uma coisa que pude perceber na França é que boa parte das leis são respeitadas. Sobretudo as da Física. O bar era mais ou menos do tamanho de um ônibus de Salvador. Se fosse lá, todo mundo caberia de alguma forma, pois não importa quantos corpos, todos eles podem ocupar o mesmo espaço. Mas lá não.


Para mim, Agatha e David, que encontramos mais tarde, restou ficar ali fora conversando e vendo os outros passarem falando babaquices, superanimados com aquela festa maravilhosa.


Depois fomos na Subway na esperança de encontrar algum lugar quentinho e gratuito para urinar. Em seguida tomamos uma cerveja num bar cheio de tiozões que se balançavam de qualquer jeito ao som de músicas dos anos 70 e chamavam aquilo de dança. No final, resolvemos ir pra casa.


E aí o bicho pegou mais ainda.
Sem metrô, o que fazer?
O tabaréu que acha que tudo na Europa é melhor certamente responde: Nightbus!


O plano era realmente pegar o ônibus noturno, tendo que fazer umas baldeações malucas e depois ainda perguntar pra qualquer senhor simpático que às 3 da manhã estivesse disposto a dar informações. 


Não fazíamos a mínima ideia do que tínhamos que fazer. Erramos umas duas vezes, tivemos que caminhar de madrugada, sambar de frio e ainda ver nossa alma sair dolorosamente pela nossa boca em forma de fumacinha.


Mas sobrevivemos.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Pierre

Sim, Paris é linda. Sim, tem um monte de coisas para ver. E não, as melhores coisas não são as clássicas que todo mundo faz. Um dos passeios mais interessantes que eu fiz em toda a viagem foi nas Catacumbas!


No alto da minha ignorância nem sabia da existência desse lugar, mas fui lá com três paulistas que conheci num dos inúmeros free tours que fiz pelas cidades europeias. Nesse caso tive a sorte de estarmos hospedados no mesmo albergue e curtimos bastante juntos. Felipe, Luciano e Alexandre.


O negócio consiste basicamente em um ossuário gigante que eles colocaram nuns túneis subterrâneos que já tinham na cidade, porque os cemitérios estavam cheios e o fedor estava mais insuportável do que o dos vivos.



A parte mais interessante é que não contentes em só exumar corpos em putrefação para colocar em outro lugar, numa provável tentativa de extravasar a libido em arte, eles pegaram o fêmur e o crânio de todos eles e fizeram paredes decoradas. E em alguns locais ainda tem certas mensagens em latim e em francês tais como "para mim a morte é um ganho" e "mortos, levantem-se".

É um cenário morbidamente escuro que você fica com vontade de andar segurando uma tocha, mesmo com o risco de morrer asfixiado só para parecer que está num filme da Sessão da Tarde.

(Pare, é aqui o império da morte)


Depois é baiano que inventa moda.

Foi aí que conhecemos Pierre. 
Quem andar por esses corredores vai notar que em vários lugares há ossos faltando, sobretudo crânios.


Um dos rapazes, que não fui eu, numa sanha incontrolável por carregar restos mortais no bolso do casaco pegou um pedaço de costela que tinha por ali e levou embora. Na saída demos "bonjour" para o guarda e ele nem fez menção a revistar.


Acho até que eles devem estar estimulando o pessoal a levar esses souvenires pra casa... Sobra mais espaço pros próximos moradores...

[Desejo do fundo do coração não ter sido amaldiçoado por causa disso.]



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lúcia

Se eu achei o Museu de História Natural de Londres grande era porque não conhecia o Louvre. Na verdade acho que dentre tantas, uma das maiores limitações do ser humano foi não ter criado uma palavra pra descrever o quanto aquilo ali é imenso. Tentaria incrível, estonteante, absurda, gigantescamente dimensionalmente avantajado, mas com certeza ainda teriam alguns quilômetros quadrados inexplorados.


E tudo isso sem exageros.


É simplesmente impossível andar por tudo ali num único dia. E como era só esse o tempo que tinha, acabei não vendo tudo.


Mas ainda assim foi fantástico. Foi como andar pelos livros de história, sobretudo o da quinta série, com direito a lembrar da professora.


(Egito)

(Grécia)

(Roma)

(Renascimento)

(História do Cristianismo, passando pela busca medieval pelo Santo Graal e enfim a descoberta de onde estão os ossos de Maria Madalena)










segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Camilo

Não tem como ir em Londres e não ir a um museu. Mas também não tem como ir a Londres e ir em todos os museus. Na verdade, tem museus que por mais que você passe anos indo, acaba que não vê todas as peças com detalhes.

Pude perceber isso, mesmo tendo conhecido apenas três. E dois deles sem pagar nem uma moedinha com a cabeça da rainha estampada.

O primeiro que fui foi a National Gallery. Imensa e cheia de quadros interessantes. Mas o mais engraçado desse episódio foi uma das companhias, um tanto quanto mal humorada com a escolha do grupo e passou boa parte do passeio falando dos quadros com mulheres gordas peladas deitadas na grama com crianças pegando em suas partes pudendas como apenas quadros com mulheres gordas peladas deitadas na grama com crianças pegando em suas partes pudendas. O que tinha certa dose de verdade. Mas a galeria não perdia seu valor por isso.

O segundo museu, que no meu caso era obrigatório (e justifica o título desse post) foi o Museu de Sherlock Holmes na 22B da Baker Street. Custou 6 libras para ver tudo em menos de uma hora, mas não reclamo, mesmo no alto da minha casquinhagem.

Para quem nunca leu um livro acho que nem vai ser interessante, mas eu curti muito. Já li dezenas de livros dele, apesar de não ser um grande fã. Achei engraçado porque pelo que vi, deu pra perceber mesmo que tem uma galera que vê Sherlock como alguém que existiu de verdade e não apenas um personagem de história.


(Tentei impedir o assassinato, mas não consegui)

O terceiro da minha lista e o mais impressionante deles foi o Museu de História Natural. "Fantástico" é insuficiente. Ou melhor, qualquer coisa é insuficiente diante do tamanho daquele negócio.


É um prédio gigantesco que conta a história da Terra, desde a sua criação, passando pela criação da vida, o império dos dinossauros, o surgimento dos mamíferos, o desenvolvimento do ser humano, o apogeu do governo de ACM, a morte de Dercy Gonçalves e o destino incerto da Terra e a possível morte de Niemeyer.


(Ele foi contemporâneo da Dercy)

Caminhei por ali com meu desafeto de 6 anos que atende pelo nome de Andreia e mais uma menina que ela conheceu no seu curso de inglês chamada Larissa. Foram horas a perder de vista e que me fizeram refletir que as aulas de geografia do colégio teriam sido minimamente interessantes se tivessem sido dadas naquele lugar.







sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Andreia

Diferente de Lisboa, onde eu fiquei só um dia e passeei por pouco tempo; de Praga, onde eu conhecia um monte de gente graças ao Facebook; e de Amsterdã, onde tive um host que me mostrou várias coisas; Londres foi uma cidade que vim meio "na doida" (ou mais na doida ainda em relação às demais...).

Os cinco dias que fiquei aqui claramente não foram suficientes para conhecer tudo. Apenas considerando o museu de história natural, se passasse poucos segundos olhando cada peça, levaria uns 12 anos pra ver tudo. É muita coisa mesmo.

Londres é uma cidade especial. Das poucas que conheci, é até agora a maior, mas cheia de paisagens que deixam sem fôlego e, se talvez seja um tanto pesado utilizar a palavra "melhor", no mínimo é onde o pessoal dos estabelecimentos comerciais tratam melhor. Em Praga uma garçonete dava cotoveladas numa amiga minha...

Um detalhe que gostei durante minha estada aqui foram as companhias que tive. Em dois dias, bem ocasionais...

No primeiro dia fui encontrar um amigo de Salvador que veio fazer curso de inglês aqui. Combinamos por Facebook um encontro numa estação de metrô, mas ele se atrasou. No lugar apareceram outros dois brasileiros, colegas seus do curso com quem ele também tinha marcado. Usei minha cara de pau, que tem atingido níveis alarmantes esse dias, para me apresentar e seguir passeando com eles. Horas depois meu amigo apareceu e turistamos todos juntos.

O segundo dia foi inusitado. Fui fazer um free tour saindo do Wellington Arch e lá conheci uma curitibana ao pedí-la uma foto e ela notar minha câmera em português. Depois do tour terminar, saímos caminhando pela cidade até as nove da noite.

E se fazer novos amigos é bom, reencontrar antigos desafetos é melhor ainda. Numa cidade como essa, mesmo pessoas desprezíveis, completamente desprovidas de bons sentimentos no coração e a quem é impossível desejar o bem, tornam-se companhia mínimamente agradáveis.
Talvez nem tanto por não povoar os passeios de silêncios constrangedores, mas de baboseiras do passado, comentários da vida alheia, e risadas da forma como os outros se vestem. Mais ainda por ter alguém a quem não é tão idiota pedir para tirar fotos que por si só já são suficientemente idiotas:







quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ciro

Conta com cerca de 720 mil  de área verde, este é um dos mais conhecidos parques da cidade. Além da área verde, há também quadras poliesportivas, parquinhos para crianças, equipamentos de lazer e ginástica, pista de cooper com 3.500 metros de extensão, ciclovia, praça para idosos, área para piqueniquelanchonetes, um posto médico, áreas de concentração e encontros para estudantesturistas e grupos da terceira idade, um amplo estacionamento com capacidade para abrigar 270 automóveis e um anfiteatro, com capacidade para 600 pessoas fazendo parte de sua infra-estrutura.

Isso não é Londres. É Salvador.
A descrição acima é do Parque da Cidade, mas pelo menos 90% dos habitantes só o conhecem como "um lugar onde podem ocorrer estupros e às vezes tem show no domingo".

Uma das coisas mais marcantes de Londres para mim não foi nem a parte urbana mesmo da cidade, os monumentos históricos, o ar harrypottérico, ou mesmo a comida, inquestionavelmente reconhecida como a pior do mundo. Os parques é que me chamaram atenção.

O primeiro deles foi o Regent's Park, que fica a duas estações de metrô do meu albergue. Tive o prazer quase orgástico de conhecê-lo no fim de tarde do meu primeiro dia na cidade, o que me deixou estupefato com tanta beleza.

(Isso é no verão, quando ainda é mais incrível)

Ainda tive o prazer de conhecer outros, como o Green Park, o jardim atrás da igreja de Saint John's Wood, o Hyde Park com uma curitibana que conhecido num free tour e dezenas de pracinhas por ruas minúsculas, com estátuas engraçadas onde tirei fotos de um típico turista idiota.

(Para eles deve ser como tirar foto na Praça da Piedade)

Ao andar no tanto no Regent's Park como no Hyde Park (que são imensos, de uma imensidão próxima à do universo) tentei imaginar como seria ter parques assim em Salvador. Seria magnífico, mas difícil.

Não quero ser aquele tipo de abestalhado que saiu da cidade pra ficar falando que na Europa as coisas são melhores. Cada lugar, obviamente tem suas peculiaridades e eu não troco Salvador por nenhum outro lugar. Com todos os defeitos, qualidades e baianidades.

Mas é muito estranho adaptar um parque londrino à realidade de Salvador. São espaços amplos, geralmente dedicados à rainha ou alguém que provavelmente não vai lá vê-los, cheios de árvores, fontes e patos. O que mais chama atenção são os caminhos que vão dar em locais um tanto sombrios, solitários e em tese propícios a encontrar toda sorte de delinquentes, assaltantes, estupradores e flanelinhas que jogam água suja no parabrisa de cidadãos de bem.

Se em Salvador o bicho já pega em lugares como o Parque da Cidade, o Aeroclube ou mesmo o Tamina Park, acredito que locais assim aumentariam a miríade de possibilidades criminosas na cidade. Ou não.

Enfim... Tudo é muito bonito, com ou sem possibilidade de levar um tiro, ser violado ou ter o celular roubado. 



Pra terminar, um videozinho no Regent's Park feito à la @ricardobarroz:




(Só mais uma coisinha: Velho, se você gostou, comenta. Fala qualquer merda só pra eu não achar que estou escrevendo pros patos do Hyde Park...)


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Teodor


As três coisas que todo mundo sabe sobre Amsterdã, mas pergunta do mesmo jeito:


1) Sim, tem prostitutas em vitrines se oferecendo para todo mundo que passa. Algumas bonitas, outras feias, algumas acompanhadas das suas namoradas e todas elas com uma única coisa em comum: a resistência a fotos. Qualquer um que tente levará um murro na cara, será estuprado pelo cafetão, será jogado no canal e terá a câmera destruída sem grandes esclarecimentos.


(Proteção é importante)


2) Sim, dá pra comprar maconha nos coffee shops por 6 euros. Maconha, haxixe e cogumelos mágicos. E eles não deixam você beber álcool nas ruas. E em alguns bares com vista pra rua, você só pode fazer essas coisas se estiver sentado, se estiver em pé é crime. Amsterdã tem regras engraçadas.


3) Sim, eles andam de bicicleta. Muito. A cidade é toda estruturada para o tráfego das bikes e as pessoas aqui são meio psicopatas em relação a isso. Não existe uma diferença muito grande entre a pista de carros, a calçada e a ciclovia. Pra mim era tudo a mesma coisa e só ouvia os ciclistas me xingando em alemão.


(Um estacionamento típico)


Inclusive fiz um passeio de bicileta! À noite. Chovendo.


Tive a sorte de ficar hospedado na casa de um romeno muito gente boa que me levou para conhecer o centro pulsante da cidade numa quarta-feira de noite e ver as piriguetes dançando nas vitrines, os turistas ávidos para escolher qual delas desfrutar por 15 minutos por 50 euros e por aí vai...


(O melhor host do mundo)


No dia seguinte me juntei ao free tour e saí conhecendo alguns prédios históricos, praças cheias de pombos, lojas de souvenires sobre sexo e coisas lisérgicas e seis esculpidos no chão perto de igrejas.


Amsterdã tem histórias realmente interessantes. Foi uma pena ficar só duas noites. 


(Pedi pra mulher tirar essa foto e a  primeira reação dela foi achar que eu era um drogado que queria vender a câmera pra sustentar o vício.)







quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Aparecida

Para quem está acostumado a desde pegueno enfrentar viagens de ônibus de Salvador para Nova Soure, rodar de buzão pela Europa parece fácil.

E na verdade até que é.

A parte mais chata mesmo é o tempo sem fazer absolutamente nada. Olhando para cima e pensando na vida.

Mas até já desenvolvi técnicas de passar o tempo nessas situações em virtude da minha experiência na estrada. Peguei um livro pra ler, elaborei tópicos sobre os quais discutir comigo mesmo e procurei mantras para aumentarem minhas chances de fazer uma projeção astral nessas 16 horas de Praga a Amsterdã.

Mas na verdade nem foi preciso tanto. Se eu disser que "nem vi a hora passar" é uma sacanagem sem tamanho, porque entediante foi. Principalmente por saber que isso diminuiu um dia da minha estada em Amsterdã.

Só que não foi uma tortura. O ônibus não era tão luxuoso como qualquer tabaréu tende a pensar só por se tratar de algo europeu, no entanto tinha alguns breguetes que ajudavam a passar o tempo.

Não sentou do meu lado ninguém disposto a conversar, mas pelo menos passaram alguns filmes para me distrair e numa das cinco estações de rádio que tinha, havia uma de música "pop" estrangeira. Vim escutando Eminem e Maron 5. De filme teve Harry Potter e as Relíquias da Morte parte 1, mas não consegui trocar meu sono para assistí-lo. 

Aliás, consegui dormir até que muito bem. 
Acho que viagens assim te deixam menos fresco pra algumas coisas. Deu um lugar para se encostar depois de ter andado das 8 da manhã às 10 da noite, você dorme. Não importa frio, não importa barulho, não importa movimento, não importa conforto. Se tiver um cachorro urinando em você fica melhor ainda porque a urina te esquenta.

E quando acordei, pude ficar levemente feliz pela escolha de andar de ônibus. Percebi que estava atravessando a Alemanha. Não desci em nenhuma cidade para tirar fotos porque estava frio como a porra, mas pude admirar as casinhas típicas que o pessoal do Rio Grande do Sul invejou.

Passei por Bonn e por Dusseldorf e mais outras que não lembro e não saberia escrever. E ainda passei em Roterdã, o que me lembrou as saudosas aulas de geografia do tempo do Ensino Fundamental.

Em miúdos, para quem estava acostumado em, ao olhar pela janela de um ônibus, ver Olindina - Dona Maria - o entroncamento de Crisópolis - Inhambupe - Catu e Mata de São João, as casinhas germânicas, os bosques, as florestas e um dos portos mais famosos do mundo, foi uma experiência e tanto!

(Nova Soure - Olindina - Dona Maria - Inhambupe - Alagoinhas - Catu - São Sebastião do Passé - Salvador)

Saulo


Algo que vi nesses últimos dias foi que uma das melhores coisas de um mochilão são as surpresas.


Obviamente nem todas elas. Boa parte das surpresas com as quais você se depara são documentos esquecidos, mochilas rasgadas, albergues sem vagas, torneiras de água gelada, mulheres de tromba e por aí vai... (Não que eu já tenha passado por todas elas...)


Mas existem também surpresas boas. E o engraçado é que não precisa ser aquela coisa estrambólica para ser legal. Numa viagem dessas, coisinhas simples são também muito agradáveis.


Os meus dois últimos dias em Praga foram uma prova disso, quando achava que não tinha mais absolutamente porra nenhuma para ver na cidade. E estava desesperado para encontrar algo para preencher 48 horas.


Foi surpreendentemente fácil.


No primeiro dia saí com Saulo, um cearence que está fazendo intercâmbio na Romênia e veio passar o ano novo aqui com o grupo que eu conheci pelo Facebook.


Achei que seria um dia longo povoado de silêncios constrangedores, mas pelo contrário. Saímos caminhndo (leia-se burlando o metrô) pela cidade e não faltava assunto. Vimos onde era sua estação de trem e a minha de ônibus, passamos algumas horas no bom e velho MC Donald's.


Terminamos a noite no Irish Bar perto do grande relógio, conversando sobre a vida, o universo e tudo mais. Uma surpresa bem interessante foi ter encontrado uma garçonete búlgara que falava português muitíssimo bem. Ela aprendeu porque gostou de assistir a novela O Clone. E mais surpreendente ainda foi ser tratado muito bem por ela. (Não sei se já comentei, mas o atendimento aqui nos lugares turísticos é tenso. Mas tenso mesmo. Numa boate, uma garçonete ficou dando cotoveladas numa amiga a noite inteira sem algum motivo que pudéssemos compreender.)


(Minha vista estava assim.)




Voltar pro hostel ainda foi legal porque tive novos colegas de quarto. Um americano chamdo Austin que estava fazendo um mochilão ainda mais doido que o meu e o chinês Shao Wei, que mora na Alemanha e veio só conhecer a cidade por dois dias.


Conversamos bastante. Ou pelo menos o que Austin deixou, porque ele falava muito e não deixava mais ninguém falar.


Estava meio preocupado com o que fazer no dia seguinte, porque teria que fazer o check out no hostel e ficar mais de doze horas vagando pela cidade.


Saí com Wei para o castelo da cidade, que já tinha ido antes com o outro pessoal. Mas dessa vez paguei a entrada e vimos coisas realmente muito interessantes. 


Quando Wei foi embora pra pegar o trem, lembrei que às duas horas haveria o encontro para o free tour, o que se revelou uma das melhores coisas que fiz em Praga.


Pela terceira vez fui para os mesmos pontos turísticos, mas agora com alguém me explicando e apontando detalhes que não tinha percebido. 


Vale muito a pena.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Evaldinho





Sempre me disseram que o sistema de transporte nas cidades europeias é estonteantemente lógico e integrado. Nunca achei que fosse coisa de outro mundo, mas dou meu braço a torcer.


Alguém que até hoje se perde em Salvador em menos de três dias já consegue rodar por toda a cidade sem grandes dificuldades.


Em Praga é realmente muito fácil. Tem trens noturnos, ônibus, metrô, barcos... Você nem precisa se preocupar com táxis. Ou melhor, deve se preocupar com táxis... em NÃO usá-los. Vim pra cidade lendo apenas isso: não use táxis em hipótese alguma! (A não ser aqueles com o símbolo 'AAA'). Todas as pessoas falam que aqui eles te roubam, te matam, te estupram e ainda dão o troco errado!

Usei mais o metrô, que é muito legal. E Praga ainda tem uma particularidade muito interessante. Não funciona com catracas.

O que faz com que as pessoas paguem pelo transporte, além senso cívico, são fiscais à paisana que multam em quatrocentas coroas (cerca de quarenta reais) se pegarem alguém fazendo algo errado, mas convenhamos que se você está saindo de uma boate às quatro da manhã num frio desgraçado é altamente provável que não tenha ninguém para conferir seu bilhete.

Burlar o sistema do metrô pra um turista de Salvador equivale a comer chocolate nas Americanas sem pagar. Uma vez na vida todo mundo já fez ou vai fazer.

Quem mora aqui tem um cartão recarregável, mas no meu caso são bilhetinhos de papel que devem ser validados em maquininhas especiais, que o carimbam com a data e a hora a partir das quais ele passar a viger.

Diferente de outros lugares, vocês não paga pela passagem em si, mas pelo tempo que usa o sistema integrado, seja trinta minutos, uma hora ou três dias.

Assim que cheguei no aeroporto, comprei o máximo que pude, achando que estava no lucro. Paguei cerca de 32 reais. Achei que saí no lucro, mas foi como rasgar dinheiro.
E o pior é que praticamente rasguei. Como Salvador só terá metrô quando ACM ressuscitar para julgar os vivos e os mortos, as referência que eu tinha disso eram muito poucas. O tabareu aqui ficou colocando o ticket de três dias várias vezes na máquina de validação. Só que isso na verdade rasura o bilhete, porque fica um carimbo em cima do outro e o fiscal não conseguiria ver a partir de que horas o bilhete funciona.


Assim, eu já estava na informalidade qualquer jeito. Não iria comprar outro bilhete.

Passei a viver perigosamente. Comprei mais dois do mais barato e fiz certas maracutaiazinhas pra não pagar, como passar rápido pelos guichês, usar em horários que não tenha muita gente, não andar devagar com cara de turista, carimbar do lado errado pra dar uma disfarçada e continuar com o bilhete intacto pra uma emergência e se um fiscal vier tirar satisfação, falar só em português e dizer "próxima, próxima" como se fosse apenas mais uma vítima desse capitalismo opressor.



Por enquanto deu certo assim.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Amanda

Dizer que a vida noturna de determinada cidade é agitada ou não é um tanto complicado. Varia de quem está falando. Mas não tenho o que reclamar de Praga.

Me sinto em dias de carnaval em Salvador, com a diferença de que aqui há uma grande chance de se morrer de hipotermia a qualquer vacilo, então não se veem pessoas semi-nuas nas ruas ou urinando nas calçadas.

Mas tirando isso é bem parecido. A qualquer momento que você ande, tem gente caminhando. E mesmo se não ninguém, apesar de você ficar olhando para os lados esperando assaltantes, os nativos afirmam que isso não existe aqui.

Saí todas a noites até agora.

A primeira delas foi ainda cheirando a Portugal, praticamente logo ao sair do aeroporto. Contactei Amanda Coelho, que conheci por um grupo no Facebook e encontrei ela e alguns amigos seus.

Fomos num pub fazer um esquente e depois fomos a uma boate famosa, com um nome estranhamente parecido com Kart Love.

Não tocou arrocha (sinceramente para o meu desgosto).

A boate é uma coisa fantástica, com cinco andares, cada um com um ambiente bem diferente. Era muito interessante.

O povo daqui não parece gostar muito dela porque só dá turista. Realmente, escutei mais português ali dentro do que tcheco, mas só aumentou a graça do negócio.

Essa fo a primeira vez que me senti em Eurotrip, na parte que eles estão em Bratislava. Mas só porque aqui na República Tcheca dá para pagar as coisas com uma moedinha.

Quando você converte, um dose de tequila nessa boate é cerca de 8 reais. Menos que em Salvador, mas nada absurdo. O negócio é que você se sente rico tirando uma moeda do bolso e pagando tudo só com ela. Se o Brasil adotasse isso, eu seria mais feliz.

Ficamos até umas quatro.

Na noite seguinte fomos a outra boate, mas ao gosto dos nativos, mas ainda assim cheia de turistas. Igualmente divertido. Tinha todo tipo de maluco fazendo todo tipo de dança. E as músicas foram bem engraçadas. Até agora não ouvi nada em tcheco, mas em mais de uma situaçao escutei " para bailar isso aqui é bomba".

E na terceira noite foi o Réveillon. Mais doido ainda.

Minha próxima parada vai ser Amsterdã e pra chegar lá vou ter que encarar mais de doze horas de viagem. De repente não parece tanto tempo pra colocar o sono em dia...




Claudia


Sou fã do MC Donald's. Pode ser símbolo do imperialismo americano, financiar guerras pelo mundo e reduzir seus funcionário à condição análoga à de escravo, obrigando-os a trabalhar até às onze da noite de ano novo e reabrir meia hora depois da queima de fogos, mas manteve o lugar aberto justo no momento em que as únicas coisas que eu precisava eram um lugar pra ficar por cinco horas, uma refeição quente e barata e um lugar pra aliviar a bexiga (ainda que cobrando cinco coroas).

O reveillon em Praga foi uma das coisas mais loucas que eu já vivi, sem exageiro nenhum. Nunca tive a mesma certeza de uma amiga minha de que seu mochilão seria como no filme Eurotrip, mas agora vejo muitas  daquelas coisas acontecendo por aqui.

A primeira coisa a respeito dessa passagem de ano para a minha pessoa é que eu já estava no lixo. Dormi apenas quatro horas após ficar a noite inteira numa boate e depois ainda sai para turistar com uns brasileiros com quem fiz amizade. Só que antes disso tive que fazer o check out no albergue porque não havia lugar disponível naquela noite. Então já sai preparado para a festa às 10 da manhã, sem ter a mínima ideia de como ela seria.

Depois de passar um dia inteiro conhecendo essa cidade encantadora , tive que esperar os brasileiros se arrumarem mofando no MC Donalds. Mas era isso ou ficar no ponto de congelamento da água.

Eles chegaram atrasados no ponto de encontro e eu me desesperei um pouco. Mas no final deu tudo certo.

Ou melhor, depende muito das definições de "tudo" e de "certo".

Uma coisa interessante sobre o Réveillon de Praga é que é meio parecido com o São João. Até onde pude perceber, você só não acha fogueiras em frente às casas. De resto é igualzinho a uma briga de espadas em Cruz das Almas.

A rua estava cheia de turistas do mundo inteiro. Já tinha enchido o saco de encontrar brasileiros, mas dessa vez o que mais encheu foram os italianos.

Eram os mais escandalosos e só se via grupinhos deles gritando "vaffancullo" e soltando fogos. Jogavam bombas, rojões e até chuvinha eles tinham nas mãos. Só faltaram os buscapés para que eu me sentisse atravessando a rua do Barril em Nova Soure em junho.

A questão mais complicada é que em Nova Soure não tem patrimônio histórico tombado pela ONU (ainda), mas Praga tem. Eles (sobretudo a italianada) estava soltando os fogos incomodamente próximos ao relógio de Praga e a outros prédios históricos. A polícia ficava só olhando.

Algo mais interessante ainda é o show de fogos da cidade. Pelo que vi foram uns quinze minutos de um espetáculo inacreditavelmente belo. É claro que em muitas outras cidades deve haver fogos bonitos assim, mas Praga ganha por uma coisa: interatividade.

O negócio é no meio da Carl's Bridge. A prefeitura promove os fogos principais, mas da multidão só se veem gaiatos querendo fazer concorrência. Você não sabe se fica admirando tudo aquilo ou se teme pela sua vida, porque os fogos batem nos prédios e voltam na sua direção e estouram perto da sua cara. Do meu lado mesmo, tinha uma árvore pegando fogo.

Mas foi um espetáculo realmente incrível.



A festa foi ainda mais maluca.

Primeiro porque nos perdemos do grupo original. A muvuca na rua estava tão grande, que quando caminhávamos em direção à ponte, quase morremos pisoteados como a fã de Rebelde no show em São Paulo. Do nada a multidão começou a empurrar para trás deixou difícil manter o equilíbrio (incluindo o mental).

Acabou que ficamos só eu, duas brasileiras que conheci pelo Facebook (Amanda e Renata), um trainee que veio fazer intercambio na cidade (Eugênio) e dois argentinos que as meninas conheceram em Varsóvia que apareceram lá só para a festa (Guillermo e Julian).

Depois dos fogos saímos feitos doidos pela cidade atrás de um pub ou algo parecido. Achamos alguns bem legais, mas na hora de entrar avisavam que estava lotado.

Paramos num mercadinho (que supria os italianos com os fogos) e compramos algumas cervejas. Escolhemos as mais quentes porque elas gelariam rápido assim que saíssemos na rua. Sério. Ao sair encontramos um trio de portugueses e ficamos conversando muito.



Depois de muito rodar chegamos a um lugar nada a ver: uma espécie de boate improvisada so saguão de um shopping. Estava bombando. O bom é que era de graça entrada. O mais tenso era que tinham uns três mendigos lá dentro que entraram pra espantar o frio e aproveitaram a viagem. Um deles inclusive ficou queixando uma piriguete drogada que se esfregava em todo mundo.

Nessa hora perdi minha raiva dos italianos. Juntou-se a nós um grupo muito gente boa vindo de Torino e conversamos muito o tempo inteiro. Eles não falavam inglês e as aulas de Silvia tiveram que servir pra me fazer de tradutor.


 

Depois ainda fomos no MC Donald's comer e de lá seguimos pra outra boate. A que conhecemos na noite anterior e onde passei uma noite não dormida.

De lá, às 7 da matina (com cara de quatro da madrugada) ainda fui tirar um cochilo na casa de dois outros trainees (Vitor e Leo) para não ficar no sereno porque ainda não podia entrar no hostel.

Agora cá estou eu, mais uma vez nesse maravilhoso estabelecimento que escraviza seus funcionários para me dar abrigo, à uma e meia da tarde, esperando dar três pra poder dar check-in de novo, e escrevendo esse texto do celular para fazer o tempo passar.