A noite em Brasov foi sensacional.
Eu e Mariana encontramos os brasileiros da conferência, Victor e Thayron, o que deixou tudo ainda mais divertido.
Eu e Mariana encontramos os brasileiros da conferência, Victor e Thayron, o que deixou tudo ainda mais divertido.
(Faltou Victor)
A noite foi basicamente uma odisséia para Victor saciar sua
sanha de comer um veado. Mesmo sabendo que no Brasil ele encontraria exemplares
em número mais que suficiente, ele nos arrastou por Brasov inteira atrás de um
restaurante que servisse carne de veado.
Arrisco-me a dizer que se essa não foi a melhor noite de
toda a minha viagem, certamente foi no mínimo uma das melhores que tenho
lembrança.
A primeira parte foi em relação à Pitipuanca* de Brasov.
*Nota do autor:
“Pitipuanca” (lê-se pitsipuanca, já que é um T cedilha) é um termo romeno para
se referir a uma mulher, normalmente jovem, de acesso fácil e/ou que tem
múltiplos parceiros e tem uma preocupação excessiva em exibir os nuances do seu
corpo. Geralmente anda em grupos com outras moças que compartilhem os mesmos
valores. Caracteriza-se também por escutar um estilo de música chamado
“Manele”, que tem um capital simbólico muito semelhante ao pagode baiano.
Em outras palavras, uma clássica piriguete.
A questão é que Victor encontrou essa menina no dia anterior
de madrugada e foi pedir uma informação. Conversa vai, conversa vem, ele
conseguiu o telefone e acabou marcando um encontro.
Ela devia ser uma pitipuancazinha com sede de aventura desde
a tenra idade. Ela tinha 15 anos! Como é que alguém dá o telefone a um
desconhecido no meio da rua numa madrugada fria e ainda marca um encontro?!
Antes de procurar o veado de Victor, fomos encontrar a
menina. Ela foi com mais duas amigas (menos mal) e ele levou nós três: eu,
Mariana e Thayron. Essa parte foi engraçada só porque os grupos falavam entre
si na sua língua materna. Enquanto nós falávamos delas, elas provavelmente
falavam de nós.
Ficou chato quando a pitipuanca chefe começou a tentar conversar
e da sua boca só saía pedaços de matéria fecal. Nunca vi uma pessoa com tantos
preconceitos juntos. Começou falando que os ciganos eram ladrões, que os
indianos fediam e que todas as pessoas da Moldova são babacas (nem eu concordei
100% com essa última parte).
Largamos elas lá e fomos atrás do veado. Não achamos e
tivemos que nos contentar com um restaurante italiano. E foi incrível.
Conversamos por horas sem ver o tempo passar e demos tantas risadas que nunca
conseguíamos ir até o fim numa história.
No final ainda fomos para uma festa da AIESEC de lá. Não
chega a ser das mais animadas, mas ao menos dancei alguns “roll calls”
(desculpa, não vou explicar o que é) e finalmente vi ao vivo uma menina que eu
stalkeava o Facebook há alguns meses.
E para fechar a viagem, no outro dia
fomos ao Castelo de Sinaia. Os outros voltaram para suas cidades e só eu e
Mariana ficamos lá. Tínhamos que escolher entre esse ou o Castelo de Bran, que
ficou mundialmente famoso por supostamente ser o castelo do Drácula. É uma
tremenda mentira. Vlad Tepes (o real Drácula) nunca viveu lá. Explicar isso
tomaria algumas linhas e acho que não seria satisfatório. O castelo de Sinaia
foi bem melhor. Foi até engraçado acordar cedo e pegar um Chevete Velho para ir
para lá.
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