Por algum motivo desconhecido, tem frases a princípio sem grandes significados, que ficam na cabeça da gente e servem como um lema de vida. Um grande amigo meu chamado Ruan, num raro momento de inspiração divina há muitos anos, cunhou a expressão "Só presta se pedjar". É exatamente isso que define minha viagem para a gigantescamente maravilhosa Istambul.
A odisseia pela neve para chegar lá acabou se tornando apenas a conversa de bar que mais vou repetir no próximo ano. Bastou chegar lá.
Além do problema com o voo ainda teve outro pequeno perrengue, quando finalmente achei que ao chegar na cidade as coisas seriam bem mais tranquilas, tomei mais um susto: ao tentar tirar dinheiro e ligar para a mãe da minha amiga que deveria estar me esperando, o caixa eletrônico engoliu meu cartão. Entrei em desespero, porque se alguém pegasse aquela porcaria, fazer compras seria fácil, por já vi em alguns lugares eles não pedirem nem senha, nem assinatura, nem porra nenhuma. Fiquei com tanta raiva que até dei uma baque na máquina e gritei "car*lho!". O fulano do meu lado, olhou para mim e perguntou: "brasileiro?". Era um português que reconheceu a minha nacionalidade pelo car*lho...
Mas cancelar o cartão foi relativamente fácil, se feito do Brasil, e tinha um reserva. (Tenho que acrescentar que todo mundo que me atendeu na central do Banco do Brasil era um bando de tapados que só ficavam seguindo a merda do roteiro e sequer entendiam que eu não podia ligar para o número que me davam.)
Mas tirando esses contratempos iniciais, passei alguns dos momentos mais encantadores da minha vida.
Me apaixonei pela cidade.
A primeira coisa: a cidade é gigante. Mas gigante é um adjetivo que abarca o quanto estonteantemente infinitamente absurdamente imensa a cidade é. Só do caminho do aeroporto até a casa da minha amiga Yagmur (que conheci no intercâmbio que ela fez para Salvador em julho), percebi que não poderia andar tanto como andei em outras capitais europeias, porque simplesmente não faria nada mais. Minhas pernas entrariam numa caruara sem fim e eu teria ataques epiléticos de cansaço.
O que achei mais interessante, foi que essa viagem foi um misto de intercâmbio e mochilão em poucos dias.
Ficar hospedado na casa de uma família turca não é bom só por ser mais comfortável que um hostel. É uma imersão na cultura muito legal. Não só na comida, mas na forma como as coisas são arrumadas, algumas expressões, gestos e costumes, como tirar o sapato na entrada e cumprimentar outro homem com um beijo na bochecha.
Acrescento que os pais de Yagmur foram fantásticos. O tempo inteiro querendo fazer eu e Karina nos sentir em casa.
Só por isso bastava, mas as coisas que conheci na cidade foram fantásticas. É tudo tão diferente do que eu já vi, que o tempo inteiro fui um tabaréu da roça de boca aberta com as coisas que estavam na minha frente.
A comida é deliciosa. E acredito que foi aqui que Aracy Wolf fez a maior parte de sua fortuna, conquistando os turcos com sua voz sexy e sua iogurteira Top Term. Toda comida leva iogurte. Como molho. É um iogurte natural, provavelmente com lactobacilos vivos, às vezes alho e sempre sal. Em algumas comidas é delicioso. Só não gostei de ter de bebê-lo. Já não sou muito fã de iogurte, ainda mais tomá-lo salgado é quase uma promiscuidade de sabores...
Istamul é como o melhor de dois mundos. Tudo de melhor que tem na Europa, mas misturado com traços árabes que deixam tudo mais rico e te deixam com uma vontade de voltar e passar muito mais tempo.
Mais coisas nos videos: (Juro que tentei fazer alguma edição bonitinha, botar uns sons e tirar algumas partes, mas fazer isso num netbook é um tantinho complicado...)
quando você fala em inglês fica um sotaque pesado pra porra, quando fala em portugues, quase nenhum sotaque de nova soure! como pode?
ResponderExcluirMistérios da meia noite que voam longe...
ExcluirCirooooooo! Adorei ver seus vídeos *-* tudo muito legal =D !
ResponderExcluirboa sorte \o/
A privada parece a do banheiro masculino do Bar de Saruba lá no Soure.
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