quinta-feira, 15 de março de 2012

Eva

Minha passagem por Viena foi tão rápida quanto a de Budapeste. Originalmente não fazia parte dos meus planos, mas uma intercambista que conheci em Salvador acabou me dando a ideia numa publicação no Facebook.

Viena é uma cidade incrível. Culturalmente cheia de coisas para fazer, sem falar nos lugares para ir comer e nos prédios incríveis para ver.

Foi uma pena que não tive tempo de conhecer quase que nada além do que o free tour fudido promovido pelo hostel mostrou. Mas valeu muito a pena. 
O mal é que choveu... mas eu já estava tão retardado do cansaço que não me importei muito...







Valeu mais ainda rever Eva, uma austríaca que conheci seis meses atrás.


quarta-feira, 14 de março de 2012

Hortênsia

Em quase dois mil anos de história, a capital Húngara foi palco de grandes acontecimentos em todos os períodos da Odisseia humana na Terra. Mas alcançou o auge da sua importância há poucos meses, quando foi escolhida como o local de gravação de um clipe da Kate Perry!



Meu tempo em Budapeste foi bem curto. Cheguei de Roma no meio da madrugada, fiquei meio perdido com Renata sem saber exatamente como chegar no hostel. E chegando lá, as coisas não melhoraram muito, porque a única pessoa para atender era um velho esquisito, com um jeito macabro e que falando inglês ou húngaro tinha jeito de ciborgue. Encheu a gente de taxas e não aceitava cartão de crédito. Até nosso passaporte quis pegar como garantia até que tivéssemos os florins húngaros para pagar. Mas no fim deu tudo certo.

Mesmo em pouco tempo, pude conhecer bem a cidade, com os pontos turísticos que apareceram no clipe e algumas coisas mais. Não pude ir num balneário, nem vi fogos de artifício saindo dos meus peitos enquanto olhava a cidade de cima, como Kate Perry, mas curti bastante.







terça-feira, 13 de março de 2012

Renata


Antes de chegar em Roma eu não fazia idéia do que era a Vila Borghese. Conhecia o nome, achava bonitinho, mas nunca achei que era grande coisa. Mas assim que cheguei no hostel e pedi indicações sobre o que fazer, a filipina simpática que me atendeu sugeriu que fosse ver o por do sol lá. Ela enfatizou sobre uma coloração ocre que só existe lá, mas não dei muita bola pra isso.

Depois desse conselho, ficava procurando oportunidades de conhecer o lugar, mas foi sempre ficando para o final. Mas ainda bem que pude ir lá, duas vezes.

A Vila Borguese é um parque gigante, com várias atrações. Alguns museus, inclusive um muito importante chamado Galeria Borghese (que não pude ir ver porque não dava tempo), o zoológico, uns parquinhos e uma área verde fabulosa. E como é no alto, dá para ver muita coisa da cidade, sobretudo a Piazza Del Popolo e a Piazza Spagna.







Ainda tive chance de andar de bicicleta por lá com Renata, uma cearence com um jeito de falar muito especial, que conheci no réveillon em Praga e nos reencontramos aqui.





segunda-feira, 12 de março de 2012

Mainha


Me sinto muito bem de ter ido para um dos lugares que as mulheres que arrumam a Igreja Matriz do Soure tanto gostariam de ir.

O Vaticano é uma parada obrigatória na Itália. Até mesmo para quem não é assim tão catolicamente religioso. Mas pra falar a verdade, a Basílica de São Pedro é um daqueles lugares que mundo com uma energia diferente. Fui lá três vezes e não me cansei de ver as coisas. É um lugar de certa forma aconchegante, apesar de tão imponente e estonteantemente gigantesca.



(passando água benta nos terços que comprei...)


No alto da minha ignorância, achei que poderia entrar no território do Vaticano e ir ver o habitat natural dos padres, mas uma mulher lá me fez recolher à minha insignificância ao dizer que no máximo haveria uma visita guiada pelos jardins do lugar por 31 euros. Obviamente não tinha tanta fortuna para ver jardins, ainda que fossem sagrados.
Por menos de metade do preço, fui ao Museu do Vaticano, que segundo me disseram tem uma colação ainda mais que a do Louvre. Tirei trocentas fotos nas estátuas gregas e romanas que tinham ali, além de ter visto uma múmia sem os esparadrapos e mais de um milhão de coisas mais. E no final, ainda pude ver o telhado da Capela Sistina, que infelizmente me decepcionou.

A galera sempre fala que a Monalisa decepciona os incautos, que é um quadro minúsculo cheio de gente ao redor. Para mim foi tranqüilo, foi bom. Até porque já tinha as expectativas baixas, então o que vi foi lucro. Mas ninguém nunca avisou da Capela Sistina. Eu sinceramente confundia as coisas. Eu achava que a Basílica de São Pedro e a Capela Sistina eram meio que uma coisa só. Então fui achando que iria ver um telhado gigantesco pintado. E não era.

Os críticos de arte que me perdoem... Não que a obra seja menos importante por causa da minha opinião, mas é que os tão famosos dedinhos se encontrando, mais famosos até que o do ET de Spilberg não estão assim tão destacados no conjunto. Estão sim no centro, mas ao redor tem tanta coisa que você tem que gastar alguns minutos procurando. Não é algo que captura seu olhar logo de cara.
Não pode tirar foto, mas tirei uma enquanto o segurança estava indo falar com os asiáticos com câmeras espalhafatosas.




E para terminar minha visita nesse local sagrado, a bênção que o papa Bento XVI deu para mim e a todos que assistirem o vídeo até o final.








domingo, 11 de março de 2012

Jess




Uma coisa que acho mais fantástico em Roma que em outros lugares é que a cidade surpreende o tempo inteiro pela grandiosidade. Não que ela seja a única assim na Europa, mas aqui é um pouco diferente. Por exemplo, em Paris, tem a Torre Eiffel, que é linda, mas é tão grande, que em quase que qualquer ponto da cidade, você consegue enxergá-la de longe.

Roma é interessante porque você fica caminhando pelas ruazinhas estreitas e quando dá por si, encontra obeliscos, igrejas, estátuas gigantescas e todo tipo de monumento com mais de mil anos meio que escondido, mas que se sobrepõe demais ao resto da paisagem.


E também pela comida. Pela primeira vez, não tive absolutamente nenhuma necessidade de sequer entrar num MC Donald's.


(Deu pra comer muito macarrão e muita pizza.)

Um dos lugares mais magníficos é a Fontana de Trevi, que não tem como enxergar de muito longe e se você estiver que nem eu estava, só andando sem saber o que procurava, é surpreendente, porque parece que ela se materializa e puf, tem um negócio do tamanho do universo na sua frente.

Tirando as hipérboles, a Fontana foi um dos lugares mais interessantes que vi. Fui lá umas cinco vezes, para fazer desejos, para beber, para tomar sorvete e para falar mal da vida dos outros.

A primeira coisa que vi lá é que a Fontana é realmente mágica. Eu achava que era só para jogar a moedinha de qualquer jeito e fazer um desejo. Mas depois pesquisei e vi que são coisas específicas: ao jogar uma moeda, você voltará a Roma, duas moedas encontrará um novo romance, e três moedas, se casará. Eu joguei três, mas uma de cada vez e na posição errada. O certo é jogar de costas com a mão direito sobre o ombro esquerdo. Eu joguei com força, na tentativa de ainda acertar um pombo kamikaze que voava por ali.

Joguei várias moedas. Moedas de euro e de real aparentemente foram bem aceitas. Na ocasião que resolvi me desfazer dos banis romenos, um pombo cagou no meu casaco. E soube de uma amiga de uma amiga minha, que roubou as moedinhas e jogou de volta, que assim que saiu da Fontana, quebrou a perna.

Para mim o mais divertido de tudo foi sentar lá por várias horas com Mariana e Jess (uma brasileira que fez intercâmbio na Hungria e depois foi lá curtir com a gente) e ficar tentando adivinhar a história das pessoas que passavam por ali. Vimos os orientais, os americanos e sobretudo os brasileiros. Era muito fácil identificar o brasileiro. Primeiro porque sempre usava tênis e segundo porque era os mais sorridentes nas fotos, com cara de que estava em Roma, apesar de dividir a passagem em 12x no cartão.


Provavelmente todos também nos identificavam como brasileiros, porque éramos os únicos a sentar lá para fofocar e falar dos outros em vez de apreciar a beleza das estátuas.

Vimos figuras bastante engraçadas, como um bando de coroas com tiaras de coelhinhas, adolescentes americanos com cara de que queriam cortar os pulsos e jovenzinhas britânicas vestidas indescritivelmente coloridas, cheias de adereços que cegam e penteados que uma mãe de verdade nunca permitiriam que usassem.





Foi uma dia muito engraçado.






(Video nada a ver com a Fontana)

sábado, 10 de março de 2012

Vanessa


Roma por si só já é um lugar magnífica, mas eu tive muita sorte na minha ida para lá. Até mesmo planejar o que fazer lá com Mariana já era divertido, aterrissar em solo romano (trocar um E por um A numa palavra faz tanta diferença...) foi emocionante.

Emocionante mesmo por um motivo: não havia vestígios de neve nas ruas. E isso foi de uma felicidade orgástica. 

Mesmo pelas ruas de paralelepípedo, era mais fácil arrastar a mala do que pelas ruas certinhas, mas cobertas de neve da Romênia.

Mas acho que teria amado à primeira vista qualquer cidade que eu chegasse fora de Bucareste. Não sei se deveria falar isso aqui, mas se tem um lugar no mundo que eu aprendi a odiar, esse lugar se chama Bucareste. As piores experiências da viagem aconteceram lá.

No fim de tudo eu estava parecendo um dos inúmeros e absurdamente iguais personagens da Débora Evelyn, de milionária chata que reclama de tudo. Eu quase perdi o vôo para Roma porque a fila do raio X estava quase saindo do aeroporto e o guardinha dizia que não era problema dele, mesmo ouvindo a mulher de inglês horrível gritar meu nome nos alto falantes por eu estar atrasado...

Mas Roma foi um prêmio de consolação que superou qualquer expectativa que eu pudesse ter.
A primeira delas foi ter encontrado mais brasileiros no albergue. O engraçado é que cada dia a turma se renovava, então foi numa pegada da música “Encontros e Despedidas”...

Eu e Mariana encontramos primeiro três meninas que estão fazendo intercâmbio em Porto, Portugal e foram dar uns roles por lá.: Vanessa, Fernanda e Aline. Pegar amizade com elas foi muito fácil.



Conhecemos o Panteon, comemos pizza, tomamos sorvete (sorvete!), passamos pelo Coliseu, fomos na Fontana de Trevi... Foi incrível.








O video nosso de todo dia:




sexta-feira, 9 de março de 2012

Victor


A noite em Brasov foi sensacional.
Eu e Mariana encontramos os brasileiros da conferência, Victor e Thayron, o que deixou tudo ainda mais divertido.

(Faltou Victor)

A noite foi basicamente uma odisséia para Victor saciar sua sanha de comer um veado. Mesmo sabendo que no Brasil ele encontraria exemplares em número mais que suficiente, ele nos arrastou por Brasov inteira atrás de um restaurante que servisse carne de veado.

Arrisco-me a dizer que se essa não foi a melhor noite de toda a minha viagem, certamente foi no mínimo uma das melhores que tenho lembrança.

A primeira parte foi em relação à Pitipuanca* de Brasov.

*Nota do autor: “Pitipuanca” (lê-se pitsipuanca, já que é um T cedilha) é um termo romeno para se referir a uma mulher, normalmente jovem, de acesso fácil e/ou que tem múltiplos parceiros e tem uma preocupação excessiva em exibir os nuances do seu corpo. Geralmente anda em grupos com outras moças que compartilhem os mesmos valores. Caracteriza-se também por escutar um estilo de música chamado “Manele”, que tem um capital simbólico muito semelhante ao pagode baiano.

Em outras palavras, uma clássica piriguete.

A questão é que Victor encontrou essa menina no dia anterior de madrugada e foi pedir uma informação. Conversa vai, conversa vem, ele conseguiu o telefone e acabou marcando um encontro.

Ela devia ser uma pitipuancazinha com sede de aventura desde a tenra idade. Ela tinha 15 anos! Como é que alguém dá o telefone a um desconhecido no meio da rua numa madrugada fria e ainda marca um encontro?!
Antes de procurar o veado de Victor, fomos encontrar a menina. Ela foi com mais duas amigas (menos mal) e ele levou nós três: eu, Mariana e Thayron. Essa parte foi engraçada só porque os grupos falavam entre si na sua língua materna. Enquanto nós falávamos delas, elas provavelmente falavam de nós.

Ficou chato quando a pitipuanca chefe começou a tentar conversar e da sua boca só saía pedaços de matéria fecal. Nunca vi uma pessoa com tantos preconceitos juntos. Começou falando que os ciganos eram ladrões, que os indianos fediam e que todas as pessoas da Moldova são babacas (nem eu concordei 100% com essa última parte).

Largamos elas lá e fomos atrás do veado. Não achamos e tivemos que nos contentar com um restaurante italiano. E foi incrível. Conversamos por horas sem ver o tempo passar e demos tantas risadas que nunca conseguíamos ir até o fim numa história.

No final ainda fomos para uma festa da AIESEC de lá. Não chega a ser das mais animadas, mas ao menos dancei alguns “roll calls” (desculpa, não vou explicar o que é) e finalmente vi ao vivo uma menina que eu stalkeava o Facebook há alguns meses.



E para fechar a viagem, no outro dia fomos ao Castelo de Sinaia. Os outros voltaram para suas cidades e só eu e Mariana ficamos lá. Tínhamos que escolher entre esse ou o Castelo de Bran, que ficou mundialmente famoso por supostamente ser o castelo do Drácula. É uma tremenda mentira. Vlad Tepes (o real Drácula) nunca viveu lá. Explicar isso tomaria algumas linhas e acho que não seria satisfatório. O castelo de Sinaia foi bem melhor. Foi até engraçado acordar cedo e pegar um Chevete Velho para ir para lá.